sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Os desafios da mudança

Para mim, as mudanças são sempre bem vindas, sejam elas físicas ou comportamentais, pois mudança significa movimento, e ninguém caminha pra frente sem sair do lugar.

Algumas pessoas resistem as mudanças porque temem o desconhecido, preferem o conforto e a segurança de uma situação sob controle, mesmo que isto represente a estagnação e a mediocridade. O progresso é lei da natureza. Olhe a sua volta, veja como tudo muda, tudo evolui, tudo se transforma. Pessoas que não admitem mudanças, além de nadar contra a correnteza, contrariam a evolução natural da vida e se privam de novas possibilidades.

A voz do povo diz que quem procura acha, e eu completo dizendo que sem o esforço da busca é impossível a alegria do encontro ou o prazer da realização.

Toda mudança traz desafios, e comigo não tem sido diferente. Há dez dias estou de volta a São Paulo e ainda sofro os efeitos da inevitável adaptação. Como se isto não bastasse, arrumamos uma faxineira que prefere trabalhar duas vezes por semana, num esquema de meio período por dia. Eu concordei e até achei bom, pois teríamos a casa limpa por mais tempo. O que eu não sabia é que ela trabalha das 16h às 21h.

Veja como foi que eu descobri o inusitado horário de trabalho da Euzimar: Primeiro dia de faxineira e eu louca para chegar do trabalho, tomar um banho gostoso e descansar na casa limpinha e cheirosa. Acontece que eu saio do trabalho às 17h e chego em casa as 17h30. Ao chegar em casa naquele dia eu quase cai dura. Euzimar estava no auge da limpeza e tudo estava de “pernas pro ar”. Meu apartamento é pequeno e eu não tenho a menor intenção de dividir espaço com baldes, vassouras e panos de chão. E agora, como vou sair dessa?

Bem, talvez eu encontre um curso legal pra fazer duas vezes por semana. Talvez assista todos os filmes que estiverem em cartaz na cidade. Talvez me encontre com um amigo diferente a cada semana. Ainda não sei. Embora não faltem em São Paulo opções que contemplam todos os gostos, bolsos, idades, interesses e necessidades, o que eu queria mesmo era chegar em casa e descansar.

Entretanto, mudanças são sempre bem vindas - lembra-se? – e eu espero sair desta com um saldo positivo. Não importa a revolução que elas causem em nossas vidas, o importante é que as mudanças estimulem a nossa evolução.

Na Internet há um texto genial incentivando a prática da mudança. É um poema intitulado “Mude”, usado de forma belíssima no comercial de TV que marcou os 25 anos da Fiat no Brasil. Apesar da controvertida autoria, ora atribuída a Clarice Lispector, ora atribuída a Edson Marques, vale a pena conhecer o texto. Confira e reflita.


Mude

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa, mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por um tempo o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente pela praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama… depois, procure dormir em outra cama.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais… leia outros tipos de livros.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome um novo tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado… outra marca de sabonete, outro creme dental… tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente. Mude de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores de que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!


Segundo minhas pesquisas o autor deste poema é Edson Marques.



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Um comentário:

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