sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Eu dou preferência à vida


R. Senador Feijó x R. Quintino Bocaiuva - Centro - São Paulo/SP

Você tem consciência de que ser pedestre numa cidade como São Paulo, onde o índice de motorização já passa 1,6 pontos, é viver em constante risco de morte? O índice de motorização é o resultado do número de habitantes dividido pela frota de veículos de uma cidade.

No caso de São Paulo são quase 7 milhões de veículos para aproximadamente 12 milhões de habitantes, e estes números não param de crescer. Todos os meses o número de habitantes aumenta e a frota de veículos também, pois as montadoras não param de fabricar e as pessoas não param de consumir.

Somado a estes números exorbitantes, está a falta de respeito da maioria dos motoristas, que costuma aplicar no trânsito a lei do mais forte. Todo mundo sabe que num acidente de trânsito o motoqueiro fica mais exposto do que o condutor de um veículo, pois ele não tem a lataria do carro para diminuir o impacto. Agora imagina o que acontece com um pedestre que só pode contar com a roupa do corpo para se proteger?

Em cruzamentos não semaforizados os pedestres precisam esperar uma “brecha” para atravessar a rua, e nem sempre conseguem fazer a travessia com segurança.

Dados divulgados pela CET/SP confirmam que em São Paulo, todos os dias morrem em média 4 pessoas em acidentes de trânsito. Destas mortes, duas são de pedestres que morrem atropelados. Esta é a realidade que a Companhia de Engenharia de Tráfego pretende mudar.

Numa tentativa de preservar a vida, a prefeitura de São Paulo adotou o exemplo de Brasília, em que basta o pedestre levantar um dos braços, enquanto atravessa na faixa de pedestre, para que o motorista pare o carro e aguarde a sua travessia. Este movimento, conhecido como “gesto do pedestre”, serve para deixar claro ao motorista e intenção do pedestre em atravessar. Ou por vergonha ou por insegurança, nem sempre este gesto está sendo utilizado. Muitos pedestres não acreditam na eficácia do gesto, outros têm medo de parecerem ridículos no meio da rua.

Independente do gesto, o condutor tem que dar prioridade ao pedestre, e segundo a CET, nos casos em que houver esse braço estendido, a caracterização da infração fica muito mais fácil.

Com objetivo de conscientizar motoristas e pedestres, a campanha em São Paulo começou em maio de 2011, onde orientadores de tráfego, posicionados nos principais cruzamentos do centro da cidade, seguravam enormes placas no formato de “mãozinhas”.

Nós sabemos que mudanças de comportamento levam tempo para acontecer, mas também sabemos que os bons resultados compensam a espera. Qual brasileiro nunca ouviu dizer que nos países do primeiro mundo, basta o pedestre colocar os pés na rua para o motorista parar? Será que isto é um milagre? Não caros leitores, isto é educação, e certamente nós chegaremos lá, basta vontade e atitude.

A cultura do respeito só vai crescer com o passar dos anos, assim como aconteceu com o uso obrigatório do cinto de segurança.

O Programa de Proteção ao Pedestre está sendo divulgado por diversos meios, nos encartes publicitários e nas mensagens colocadas em boletos do IPTU e da Comgás, mas o desrespeito ao pedestre ainda é muito grande.

As multas tiveram início em 08/08/2011, após 3 meses de campanha de conscientização, e na primeira semana de fiscalização foram registradas 2.270 autuações, só no centro de São Paulo. Isto porque os agentes da CET foram treinados e orientados a aplicar a multa somente quando a infração for inquestionável, na dúvida eles não multam.

Nós, motoristas, não podemos esquecer de que, por mais que usemos nossos carros, em algum momento do dia estaremos na posição de pedestres. Sem contar a situação dos nossos filhos, netos, pais e avós, que acabam sendo os pedestres não respeitados pelos “outros” motoristas.

Eu já presenciei motoristas estressados, no centro de São Paulo, buzinando atrás do outro motorista que parou para o pedestre atravessar. Queria saber a reação do estressado (e mal educado), se o pedestre em questão fosse a mãe dele.

Todos têm que fazer a sua parte, inclusive os pedestres, que só devem atravessar a rua nos locais sinalizados com a faixa de pedestre.

Já que atitudes não mudam da noite para o dia, o primeiro passo é mesmo a conscientização. Sejamos mais conscientes, vamos respeitar as leis de trânsito, não por que temos medo de levar multas, mas porque queremos preservar a vida, inclusive as nossas.

Dê preferência ao pedestre! Mais do que uma atitude de cidadania, este é um ato de respeito à vida. Somente assim poderemos diminuir a violência no trânsito e salvar vidas!

“Não espere perder um amigo para mudar a sua atitude no trânsito”. (campanha encabeçada pelo movimento Viva Vitão)








Leia mais sobre o assunto no site da CET/SP, clique aqui.



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