terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tolerância - Caminho para a paz

Já que eu não devo julgar os erros alheios, sem antes corrigir os defeitos que há em mim, tento não perder meu poder de indignação diante de tantos casos de corrupção, violência, injustiça, impunidade, desprezo e preconceito.

Basta ligar a televisão, ou passar os olhos por um jornal, para se deparar com escandalos e abusos de toda espécie, notícias que abalam os nervos até dos mais equilibrados.

Esta avalanche de “maus comportamentos” faz com que nosso grau de tolerância fique cada vez menor, por isso venho propor uma reflexão sobre o conceito de tolerância.

Originalmente, tolerar significa suportar, mas esta definição me causa grande incomodo, pois fica impossível não associar tolerância à idéia de imposição e sofrimento.

Vejamos algumas formas negativas de exercitar a tolerância:
  • Meu chefe é tirano, grosseiro e mal educado, mas sou obrigada a tolerar, pois preciso do emprego.
  • Meu irmão me ofende com frequencia, mas eu tolero calada, pois ele paga as despesas da casa.
  • Se eu tivesse um revolver no carro não teria tolerado os palavrões do motorista imbecil que me deu uma fechada.
A tolerância praticada desta forma é pesada e causa revolta, mas se ampliarmos um pouco mais nossa capacidade de compreensão vamos perceber que tolerar significa ter boa disposição para aceitar condutas e opiniões diferentes das nossas. Esta forma de tolerância é bem mais útil, e certamente gera bons resultados.

Não se trata de suportar aquilo que não pode ser eliminado, mas entender que cada um age de acordo com as suas limitações, quer morais ou intelectuais, e que se a pessoa não se comportou como deveria, é porque seu grau evolutivo ainda não permite.

A rigor, somos bons ou ruins, tanto quanto nos permite nosso grau de evolução. O mérito de ser tolerante é conseguir respeitar a limitação de cada criatura, compreendendo que cada um está num diferente nível de amadurecimento, dando o melhor de si e fazendo tudo o que lhe é possível fazer no momento.

Tomemos a Natureza como exemplo: É possível, por acaso, censurar um botão de rosa ainda fechado por não estar totalmente desenvolvido ou aberto? Afirmar aos outros quais atitudes eles deveriam ter é desrespeitar sua natureza íntima, ou seja, seu próprio grau de crescimento espiritual.

Para ser tolerante não é preciso tornar-se submisso, ou ser uma pessoa acomodada e conformista. Quem é tolerante mantém os próprios pontos de vista, e mesmo assim respeite a opinião alheia.

Você já pensou nos conflitos que poderíamos ter evitado se fossemos mais tolerantes? E isso inclui a tolerância racial, social, política, religiosa, cultural, sexual, estética, e tantas outras formas de preconceito à diversidade, fruto da nossa ignorância e escravidão mental. É por isso que a tolerância é caminho para a paz.

A diversidade está em toda parte: no pensar, no agir, no gostar, na maneira de encarar e enfrentar a vida, e quase sempre, a diversidade não tolerada, é a causa de guerras e conflitos entre pessoas e nações.






Para aqueles que não toleram nada, que usam o jargão “tolerância zero”, é bom lembrar que a falta de tolerância mantém relações estreitas com a ira e a impaciência, por isso faz mal a saúde, desorganiza nosso sistema nervoso, e expõe nossos corpos e mentes a várias doenças.

Ser tolerante é bom pra gente e para os outros. Mas será que em nome da tolerância devemos aceitar que uma pessoa nos prejudique?

Sobre esta questão devemos lembrar que quem prejudica seu semelhante é enfermo da alma. Ainda não sabe que tudo o que fazemos aos outros, de bom ou de ruim, sempre volta para nós. Mais do que tolerância, estas pessoas precisam do nosso perdão e da nossa compaixão, atitudes exemplificadas por Jesus durante toda a sua trajetória terrestre.

Quem nunca ouviu falar da nobre atitude de Jesus, no momento da sua morte, quando rogou à Deus por seus algozes? "Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem".

Diante da ingratidão, da incompreensão, da injúria e da grosseria, resta-nos, como recurso seguro e cristão, exercitar a tolerância. Não olvidemos que toda criatura traz consigo as imperfeições que lhes são peculiares, tanto quanto, desajustados que ainda somos, trazemos também as nossas. Quem sabe, se no futuro, não seremos nós os necessitados de tolerância e perdão?

Sejamos, então, tolerantes com os nossos semelhantes, afim de alcançarmos a tão desejada paz interior.


DICAS PARA DESENVOLVER A TOLERÂNCIA
  • Não se comporte como o dono da verdade.
  • Seja um bom ouvinte.
  • Não faça comentários sobre o que você considera errado nos outros.
  • Entenda que cada pessoa está num diferente estágio evolutivo.
  • Ao invés de criticar, valorize o que o outro tem de bom.
  • Use fraternidade como bússola para a sua conduta.

A prática do amor ao próximo é caminho seguro para desenvolver a tolerância. Vamos exercitá-la?



“Seja tolerante com o próximo que erra. Quando erramos,
queremos que os outros nos desculpem. Então, desculpe sem criticar.
Seja você um exemplo vivo e desculpe os erros alheios, porque não há pessoas más: há enfermos da alma.”
(baseado no livro Minutos de Sabedoria)





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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sorte ou Azar?

Domingo, enquanto almoçava feliz com minha família, conversávamos sobre o fator sorte. O assunto corria em torno da seguinte questão: O que é mais vantajoso, ser inteligente ou ter sorte?

Parece óbvio que a pessoa inteligente tem maiores chances de se dar bem na vida, mas não se pode negar que muitos se deram bem porque a sorte ajudou. Depois de muitas ponderações chegamos à conclusão de que a pessoa sortuda é aquela que está preparada quando a oportunidade chega para ela. Sim, porque não basta você ter sorte, é preciso que você tenha meios para usufruir da sorte.

Minha vizinha era apaixonada pela linda casa amarela situada no final da rua. Durante anos desejou comprar aquela casa, mas seus proprietários jamais pensaram em vendê-la. Ainda que o dinheiro ajuntado por ela desse para construir uma casa igual, minha vizinha queria aquela, pois não existiam mais terrenos vazios no nosso bairro, e mudar de bairro estava fora de questão.

Eis que o improvável aconteceu. A família da casa amarela mudou-se para o exterior e puseram a casa à venda. Enfim, a oportunidade tão esperada pela minha vizinha chegou. Finalmente ela poderia comprar a casa dos seus sonhos. Acontece que ela não estava preparada para usufruir da oportunidade que batia a sua porta. Meses antes ela havia empregado todo o seu dinheiro em outro negócio.

Este, é apenas um exemplo de ordem material, mas sabemos que o “estar preparado” envolve também aspectos de ordem emocional, espiritual e intelectual. Mas, o que fazer para estar preparado quando a oportunidade chegar?

Na verdade a sorte não existe. Acreditar que algo nos acontece por sorte ou azar é o mesmo que admitir o acaso, e sabemos que nada acontece por acaso. Tudo é regido pelas Leis do Universo, e uma dessas leis é a Lei da Atração. Este é o segredo, o acaso não existe, tudo o que atraímos (sorte ou azar) é determinado por nossos atos e pensamentos.

A melhor forma de estarmos preparados para quando a oportunidade chegar, é cuidarmos dos nossos pensamentos, é darmos bom direcionamento aos nossos desejos, é respeitarmos a Lei de Ação e Reação, é mantermos nosso padrão vibratório elevado, é fazermos bom uso da Lei da Atração.

Tudo o que atraímos em nossas vidas está de acordo com a nossa sintonia, como acontece com as ondas do rádio. Se você não está satisfeito com sua vida, mude de estação, vibre em outra sintonia. Violência, acidentes, brigas e doenças, acontecem no padrão vibratório baixo, enquanto paz, harmonia e saúde, são resultados de elevados padrões vibratórios.

As pessoas consideradas sortudas são aquelas que possuem maior capacidade de sustentar, por mais tempo, o padrão vibratório elevado. Por isso a vida é feita de altos e baixos. Às vezes estamos sintonizados com boas vibrações, às vezes nossas vibrações despencam.

Você ainda acha que determinadas pessoas tem mais sorte do que outras? Ou você acredita que somos nós que atraímos tudo o que acontece em nossas vidas?

Vou de contar uma lenda que serve para ilustrar como a sorte, ou o azar, são bastante relativos. Tudo depende da leitura que fazemos dos acontecimentos da vida.

A LENDA DO VELHO LAVRADOR

Conta uma antiga lenda chinesa, que um velho lavrador tinha um único cavalo para cultivar os seus campos. Este cavalo era muito importante para ele, pois dele dependia o sustento da família. Um dia o cavalo fugiu para as montanhas. Sabendo disso, a vizinhança foi visitá-lo para lhe dar as condolências, lamentando a sua desgraça. E o lavrador, muito lúcido, lhes respondeu: “Pode ser sorte ou pode ser azar. Quem sabe?”

Uma semana depois, seu cavalo voltou das montanhas trazendo consigo uma manada de cavalos selvagens. Então os vizinhos correram para felicitá-lo, ao invés de um, agora ele teria muitos cavalos. E o velho apenas respondeu: “Pode ser sorte ou pode ser azar. Quem sabe?”

Quando o filho do lavrador tentou domar um dos cavalos selvagens, caiu e quebrou uma perna. Todos consideraram este acontecimento como uma grande desgraça, ainda assim o lavrador limitou-se a dizer: “Pode ser sorte ou pode ser azar. Quem sabe?”

Alguns dias depois, o exército chegou à aldeia recrutando todos os jovens que se encontravam em boas condições. Quando viram o filho do lavrador com a perna quebrada, o deixaram para trás. Naquelas condições ele não podia entrar no exército. Novamente o lavrador disse: “Pode ser sorte ou pode ser azar. Quem sabe?”

Esta lenda chinesa nos mostra que tudo o que, à primeira vista parece um contratempo, pode ter um desfecho positivo e ser uma boa oportunidade de crescimento. Mas mostra também que o que parece bom à primeira vista, pode no futuro trazer muitos dissabores.

Assim, parece-me que a posição mais sábia é confiarmos na Providência Divina e deixarmos que a vida nos mostre se é “boa sorte ou má sorte”.  Devemos ser gratos a tudo que nos acontece, lembrando que nós escolhemos nossos caminhos, e mesmo quando erramos, nunca estamos desamparados.




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domingo, 20 de novembro de 2011

Feira do Livro Espírita - 2011

Vem aí mais uma Feira do Livro Espírita de Tremembé/SP.

Se você gosta da literatura espírita, não pode perde esta grande oportunidade, pois a feira só acontece uma vez por ano, e os livros tem descontos de até 30%. Dá uma passadinha lá e coloque sua leitura em dia. Afinal de contas, o conhecimento liberta, não é mesmo?

Junto com a Feira do Livro, acontece a Feira de Artesanato, que faz parte do Bazar Beneficente de final de ano.

O Centro Espírita Jesus de Nazaré agradece a sua visita.


Confira no cartaz abaixo as datas e horário de funcionamento da feira.



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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A arteira que mora em mim

O Natal está chegando e o Ateliê Meiguices abre suas portas para participar de mais uma Feira Beneficente de Artesanato. Ah! Você ainda não conhece o Ateliê Meiguices? Então puxa uma cadeira, senta aí que vou apresentá-lo à você.

O Ateliê Meiguices nasceu pelas mãos das artesãs Dilvana Maria e Dilti, respectivamente mãe e filha, com o propósito de ajudar, através dos seus dons artísticos, várias famílias carentes. Tudo começou em 2008, quando os trabalhadores do Centro Espírita Jesus de Nazaré resolveram montar uma feira de artesanato junto à tradicional Feira do Livro Espírita, que já acontecia na cidade desde 1999.

Hoje, a feira de artesanato está em sua 4ª edição e mantém seu objetivo inicial: arrecadar fundos para as obras assistenciais do Centro Espírita Jesus de Nazaré, que fica na R. Major Zanani, nº 59, em Tremembé/SP.

Durante o ano inteiro, o Jesus de Nazaré promove atividades que beneficiam cerca de 25 famílias carentes. Devidamente cadastradas em seu departamento de assistência social, estas famílias recebem cestas básicas mensalmente; as gestantes recebem enxoval para o bebê e orientações úteis para cuidar de seus filhos; no inverno há distribuição de cobertores e agasalhos; no dia das crianças e no Natal há uma bela festa com lanches, presentes, bolo e guloseimas para todos da família. Cada família tem em média 4 filhos, e isto significa um número aproximado de 150 pessoas assistidas mensalmente por esta Casa Espírita.

O Centro Espírita recebe doações em roupa, calçado, brinquedo, dinheiro e alimentos, mas não é suficiente para suprir todas as despesas da Casa, por isso ele conta também com o talento e a boa vontade dos seus trabalhadores e frequentadores, que fazem artesanatos e doam para serem vendidos na Feira Beneficente de Artesanato.

Foi assim que surgiu o Ateliê Meiguices. Eu e minha mãe fazemos questão de participar desta iniciativa tão especial. Todos os anos nós evocamos a “arteira” que há em nós, e confeccionamos lindos artesanatos para serem doados. É uma grande alegria poder ajudar quem realmente precisa, ainda mais de uma forma tão prazerosa. Sim, porque nós duas adoramos fazer artesanato.

Em nossa primeira participação queríamos trabalhar com reciclagem, então ajuntamos latas de leite em pó e fizemos porta-treco e porta-lápis. Veja nas fotos abaixo como ficaram lindas as latas pintadas à mão.










No ano seguinte resolvemos fazer algo mais útil, que fosse mais fácil de ser vendido, pois percebemos que as pessoas gostam de artesanato mas preferem comprar peças com utilidade, e não apenas decorativas. Então fizemos uma coisa que toda casa precisa ter: panos de prato. Escolhemos a técnica de patchcolagem e nossos paninhos foram todos vendidos. Um grande sucesso! Confira alguns exemplares nas fotos abaixo.







Em 2010 os trabalhos em feltro estavam em alta, então fizemos várias peças úteis e meigas, inclusive, o nome do ateliê surgiu nesta época. Além das fotos abaixo, você poderá conhecer outras peças desta coleção no vídeo postado no YouTube. Não deixe de conferir, o vídeo está lindo.

























No ano de 2011 nossos trabalhos foram feitos em patchwork, técnica recém-aprendida por minha amada mãe. O patchwork está nos encantando tanto que não paramos de comprar tecidos, cada um mais lindo que o outro.


cesto para pães

cesto para pães

panos de prato

porta guardanapos

porta bijuterias (lado externo)

porta bijuterias (lado interno)

Espero que você tenha gostado dos nossos trabalhos, e se estiver por aqui em meados de dezembro, venha visitar nossa Feira de Artesanato, que acontece na praça principal da cidade de Tremembé/SP.

Clique aqui para ver o cartaz da feira de 2011.

Ah! Se você também faz artesanatos, gostou da ideia do bazar beneficente, e gostaria de  participar doando alguns de seus trabalhos, eles serão muito bem vindos. Entre em contato comigo através do formulário da aba "Contato".

Beijos e feliz Natal!!!


Nota: Esta postagem está participando da Blogagem Coletiva promovida pela Keilla, uma menina muito fofa que teve a brilhante ideia de festejar os 500 seguidores do seu blog junto com suas amigas arteiras. Dá uma passadinha no blog “Casa da Dona Keilla” e veja quanta arte, e arteiras, você vai encontrar por lá.




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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Autoconhecimento - A chave do progresso individual


Você conhece as Leis de Deus? Sabe que elas são eternas e imutáveis como o próprio Deus? Então você sabe que estas leis são justas e perfeitas, e que regem a harmonia de todo o Universo.

As Leis Divinas foram tratadas por Allan Kardec na terceira parte de “O Livro dos Espíritos”, brochura publicada em 1857, contendo todos os princípios da Doutrina Espírita.

Com a coordenação de Allan Kardec e o concurso de diversos médiuns, os Espíritos Superiores trouxeram ensinamentos preciosos sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade.

Dentre estas leis está a Lei do Progresso, determinando que:

  • Tudo no Universo caminha para a Evolução.
  • Deus criou o homem simples e ignorante, mas o fez predestinado a perfeição. 

Isto quer dizer que queiramos ou não, o nosso destino é atingir a perfeição, e para isto precisamos realizar o progresso que nos cabe em cada uma das nossas encarnações.

Mas será que o homem consegue cumprir este desígnio de Deus? Certamente que sim, pois a Providência Divina dá ao homem todos os recursos necessários à sua evolução. O homem é um ser perfectível, cedo ou tarde alcançará a perfeição, impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação.

Para ilustrar a afirmação acima, imagine o que você faria se encontrasse um enorme espinho cravado em seus pés. Como ninguém gosta de sentir dor, eu acredito que você se livraria do espinho o mais rápido possível. Pois bem, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar, e isto impulsiona o seu progresso.

Mas quando falamos em progresso, não podemos esquecer que há o progresso moral e o progresso intelectual, duas espécies diferentes de evolução. Nem sempre estes dois progressos caminham juntos, mas ambos são imprescindíveis à nossa evolução. Ou você já viu algum pássaro voando com uma só asa?

Se você esta se perguntando o que fazer para acelerar seu progresso e alcançar a perfeição a que está destinado, saiba que Kardec também fez esta pergunta aos espíritos que o assistiram na elaboração de O Livro dos Espíritos. O Livro dos Espíritos foi organizado na forma de perguntas e respostas. Ao todo são 1019 questões elaboradas por Allan Kardec e respondidas pela plêiade de espíritos superiores responsáveis em trazer ao mundo, as verdades do mundo espiritual.

Na questão 919 Kardec pergunta “qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal”, e o Espírito Verdade responde:

“Um sábio da antiguidade vo-lo disse - Conhece-te a ti mesmo”.

Este sábio era o filósofo grego Sócrates (469 – 399 AC). Considerado precursor da ideia Cristã e do Espiritismo, Sócrates dizia que “conhecendo a si mesmo o homem é capaz de promover sua autotransformação, modificando sua relação consigo próprio, com os outros e com o mundo”.

Então, Kardec aprofunda-se no assunto e pergunta qual o meio de conseguir o autoconhecimento, uma vez que há grande dificuldade em conhecer-se a si mesmo, e a resposta vem de Santo Agostinho:

Santo Agostinho (354-430)
 “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra. Ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, recordar de todas as ações e pensamentos praticados durante o dia e interrogar de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o esclareça, grande força conseguirá para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistirá. Examinai, pois, o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. A resposta vos dará, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precisa ser curado”. 

Portanto meu amigo, o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual, e ainda assim temos imensa dificuldade em nos conhecer. O pior é que esta dificuldade advém do nosso orgulho, que quase sempre prefere um elogio falso a uma crítica verdadeira. Fazemos questão de julgar e apontar o erro do próximo, mas não temos coragem de julgar a nós mesmos.

Admito que é bem difícil julgar-se a si próprio. Sei que a ilusão do amor-próprio sempre vai atenuar as faltas cometidas e torná-las desculpáveis. Sei que é justamente isto que faz com que o avarento se considere apenas econômico e o orgulhoso julgue que em si só há dignidade. Mas há um meio seguro de escapar a ilusão. Quando estivermos indecisos sobre o valor de nossas ações, devemos interrogar a nossa consciência, pois nela estão escritas todas as Leis de Deus. Em nossa consciência está o código que deve balizar o nosso comportamento.

Outra forma de descobrimos o erro em nós, é analisarmos como julgaríamos tal ação se praticada por outra pessoa. Se a censuramos no outro, não podemos tê-la como legítima em nós, pois Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Aquele que tiver o desejo sério de melhorar-se, interrogue a sua consciência, e se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.

Lembre-se sempre: Só podemos transformar aquilo que conhecemos. Jamais teremos acesso à verdade sem um exame de consciência, pois a descoberta da verdade não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de constante reflexão sobre nossas ações.

Eu guardo a certeza de que fazer reforma íntima não é fácil, exige esforço e determinação, mas é o único caminho para a evolução espiritual. Também sei que o processo é longo, exige muitas encarnações, mas está ao alcance de todos nós. Aprendi que eu preciso trabalhar para que minha edificação fique sólida e segura, mesmo que eu só consiga colocar um tijolinho por dia. E por fim, sinto-me estimulada com a certeza de que qualquer caminhada, mesmo a mais longa, começa com o primeiro passo.


DICAS PARA CONSEGUIR FAZER AUTO-ANALISE
  • Ter humildade: “Sem humildade construímos virtudes que não temos, como se tivéssemos uma roupa para esconder as deformidades do nosso corpo”. (ESE, cap. 7 - item 11)
  • Compreender o próximo: Reconhecendo os nossos erros vamos compreender que assim como nós erramos, também o próximo que convive conosco tem a possibilidade de errar. “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”. (Jesus, Evangelho João, cap.8 -ver. 1 a 10)
  • Interrogar a consciência: Será que hoje fui útil em todos os momentos que tive a oportunidade de ser? E se não fui, o que posso fazer para ser melhor amanhã? “O homem de bem interroga a consciência sobre todo o bem que fez e todo aquele que deixou de fazer, pois não basta não fazer o mal é preciso fazer o bem”. (ESE, cap. 17 - item 3)


SUGESTÃO PARA FAZER SEU DIÁRIO DA REFORMA ÍNTIMA

Faça os seguintes questionamentos diários:

  • Fiz mal a alguém?
  • Fiz mal a mim mesmo?
  • Deixei de fazer o bem a alguém?
  • Deixei de fazer o bem a mim mesmo?
  • Falei mal de alguém?
  • Pensei mal de alguém?
  • Desejei mal a alguém?
  • Qual meu estado emocional hoje? 

Identifique o motivo das suas atitudes e sugira ações para que você possa ser melhor amanhã.


Chico Xavier (1910-2010)

"Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter.(Chico Xavier)



Nota: Santo Agostinho tornou-se cristão aos 32 anos, depois de longos anos de incentivo por parte de sua mãe, que era cristã fervorosa e tornou-se, posteriormente, Santa Mônica. Mesmo sendo bispo por 34 anos, foi um homem em permanente batalha contra as suas próprias fraquezas e excessos. Demonstrou clara vocação filosófica desde que desejava compreender, através da razão, o conteúdo da fé. Depois do seu desencarne, tornou-se um dos maiores divulgadores do Espiritismo, pois sua alma, agora liberta da matéria, passa a enxergar a vida com os olhos do espírito. Santo Agostinho foi grande colaborador de Kardec nas obras da codificação, trazendo importantes instruções, por via mediúnica, acerca do mundo espiritual.




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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A arte de amadurecer



Hoje eu li um depoimento na Internet que mexeu muito comigo. Um garoto apaixonado e desesperado, fazia um apelo para que alguém o ajudasse a amadurecer. Ele dizia que a garota dos seus sonhos não o aceitou como namorado por ele ser bobo e infantil. Então, ele termina o depoimento com a seguinte pergunta: “Como faço para amadurecer?”

Pobre garoto, ainda não sabe que só o tempo poderá dar-lhe esta resposta. Com o tempo ele vai aprender que só amadurecemos através das experiências vividas, e que esta vivência, quase sempre, traz sabedoria.

É comum imaginarmos que quanto mais idade mais experiências vividas, mas nem sempre é assim, algumas pessoas se recusam a “crescer” mesmo com os anos passando. Dizemos que estas pessoas têm a síndrome de Peter Pan, que não amadurecem porque não assumem responsabilidades, que não aprendem com as experiências vividas porque preferem fugir para a “terra do nunca”.

Porém, amadurecer não significa envelhecer, embora muita gente faça esta associação. Mesmo que o tempo passe, que nossa idade cronológica esteja avançada, podemos e devemos ter um espírito jovem. O tempo prejudica a beleza do corpo, diminui a vitalidade dos órgãos, mas o espírito jamais envelhece.

Há quatro anos, apesar da idade avançada (43 anos), também fiz muitos questionamentos sobre amadurecimento. Eu lidava muito mal com determinados assuntos e achava que isto era imaturo demais. Hoje penso diferente, aprendi que se sou imatura em determinadas áreas, sou bastante madura em outras. Minha análise considerou três importantes aspectos do amadurecimento: o amadurecimento emocional, o amadurecimento sexual, e o amadurecimento espiritual.

Pesquisando sobre amadurecimento aprendi que amadurecer é tornar-se maduro, aprimorado, aperfeiçoado. Amadurecer é tornar-se refletido. Então, adquiri o habito de refletir, e com isso percebi que meu amadurecimento é meio lento porque sempre fui muito poupada, desde a infância, por amor, eu sei. Fui a primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha... A princesinha da família!

No caso do ser humano o amadurecimento acontece com os embates da vida, e até para poupar um filho é preciso saber que todo excesso é prejudicial. A criança muito poupada fica mimada, insegura, fraca e medrosa.

A sabedoria dos mais velhos é mesmo incrível! Lembro-me que minha avó paterna, aos olhos dos mais desavisados, era tida como uma pessoa muito simples, meio sem conhecimentos. Pura ignorância dos materialistas e insensíveis, pois na simplicidade de sua grande e generosa alma ela dizia para nós, crianças mimadas que choravam quando contrariadas: “Chora, mas pode chorar mesmo, pois chorar é bom pra fortalecer os pulmões”.

Minha avó era uma das poucas pessoas que não fazia todas as minhas vontades, e hoje entendo que aquela alma simples era sábia. Hoje aprendi que só podemos amadurecer se enfrentarmos nossas decepções, nossas frustrações, nossos problemas e dificuldades.

Ermance Dufaux, autora do livro Mereça ser Feliz, nos ensina que a pérola, uma das mais belas jóias naturais, é formada a partir do instante em que a ostra é agredida por algum agente externo. Neste momento a ostra libera uma substância chamada nácar, cujo objetivo é envolver aquele elemento agressor e protegê-la. O acúmulo de várias camadas de nácar, em movimentos concêntricos, depois de algum tempo, forma a pérola.

A felicidade é como a pérola que se forma dentro da ostra: nasce dos embates de cada dia no esforço da transformação interior. Ser feliz é estar bem consigo e com o mundo. Portanto, prossiga confiante na conquista de ti próprio, e guarda inabalável certeza que foste criado por Deus para ser feliz, na condição de “ostra da Terra” e pérola de Sua criação.

Pois é, depois de um tempo aprendi que amadurecer é refletir a vida construída, é viver com a sabedoria que só o tempo nos dá. Aprendi que o grande segredo é não deixar que experiências ruins e doloridas sirvam de desculpas para uma vida amarga, e para isto basta ter bom humor e capacidade para rir dos próprios fracassos. Viver com alegria está ao alcance de todos nós.

Aprendi que o erro faz parte do nosso amadurecimento, e que não deve ser encarado como um monstro condenado a viver em nossa memória, mas como um mestre, responsável por nossos aprendizados e nossas conquistas.

Aprendi que amadurecer é aceitar as rugas do rosto, as manchas senis da pele, a limitação implacável do corpo, sem perder o brilho no olhar, sem perder a alegria de quem ama a vida, sem “matar” a criança ingênua e feliz que continua sonhando dentro de nós. Amadurecer é simplesmente aceitar a vida com todos seus sabores e dissabores, nunca deixando de lapidar a alma, verdadeiro objetivo de nossas vidas.

Portanto meu amigo, não passe pela vida como mero expectador, aprenda com seus erros, transforme o limão em limonada, descubra o valor das quedas e das tentativas. Torne sua vida refletida. Amadureça e seja feliz!




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